“Agroecologia é vida, né? Agroecologia é tudo. Onde cê trabalha pro cê, pra natureza, trabalha pros animais. Se respeitando. Respeitando a natureza, a natureza te respeitando. E um modo de ser, de tentar reconstruir o que foi destruído há muito tempo atrás” (Lauriti de Moura, Agricultora e Quilombola, Barra do Turvo, Vale do Ribeira).
“O lugar onde eu moro, a minha família, e os benefícios que eu tenho, assim, de alimentação, de lazer, de amizade. A minha vida tá aqui. Não vejo nenhum motivo pra largar aqui e ir pra lá. (…) Lá em casa é um bando de mulher. Moro com a minha avó e as minhas tias. (…) E todo mundo tem terra e é dono da terra. Só que a gente não cuida sozinha, a gente cuida junto.” (Renata de Souza Gomes, Agricultora Familiar, Divino, Zona da Mata).
O que nos une
Queremos compreender a relação que agricultoras agroecológicas têm com a “natureza” e o papel que esta relação pode desempenhar em seu engajamento em defesa da sua visão de território e contra as discriminações de gênero, raça, classe, entre outras, que as afetam.
O que buscamos
Através da pesquisa, queremos produzir conhecimentos orientados tanto para o debate acadêmico quanto para o fortalecimento das mulheres agricultoras mobilizadas em prol da agroecologia e de relações sociais igualitárias.
Por quê buscamos isso
Acreditamos que a relação com a natureza expressa disputas fundamentais entre modelos econômicos e ambientais, as quais definem as próprias condições de existência de diferentes grupos sociais e modos de vida. As agricultoras ocupam um lugar especial nestas disputas devido aos papéis de gênero.
O projeto GENgiBRe “Relação com a natureza e igualdade de gênero. Uma contribuição à teoria crítica a partir de práticas e mobilizações feministas na agroecologia no Brasil” é um projeto de pesquisa financiado pela Agência Nacional da Pesquisa da França e executado dentro de uma parceria franco-brasileira.